Quando se propôs disputar o comando da prefeitura de Propriá, e decidiu como slogan de campanha para sua coligação “a esperança na mudança”, logo se imagina que o candidato além de discordar da estrutura administrativa atual, pretende estabelecer caminhos diferentes do que foi praticado pelo prefeito Yokanaan Santana até aqui.
Foi com esse discurso que o doutor Valberto, MDB, conseguiu vencer a eleição com uma diferença de duzentos e trinta e nove votos para o seu principal adversário Luciano Nascimento.
Numa entrevista concedida hoje pela manhã numa emissora aliada do candidato, Propriá FM, o futuro prefeito anunciou a maioria dos nomes do seu secretariado, e já mostrou que a estrutura administrativa não mudou nada.
Dentre os secretários anunciados estão o seu filho Luan, e sua esposa Karine, que assumirão a secretaria de Governo e Assistência Social, respectivamente. Além desses, o seu vice Rafael Sandes conseguiu emplacar seu candidato a vereador Rafael Luckman na secretaria de Turismo, depois de não conseguir elegê-lo para Câmara de Vereadores.
Resolvidas essas pastas familiares, o doutor atende alguns compromissos políticos com o atual vice prefeito Hélio Gomes, anunciando seu filho Luciano para a pasta da Agricultura, e o também atual vereador Marcos Graça, dissidente do Democratas de Propriá, que não disputou a reeleição e optou caminhar com a candidatura do MDB.
Não menos diferente do conceito político, a pasta da Educação será comanda pelo professor Glaedson, que foi um dos coordenadores da campanha, e figura de relação muito estreita, do ponto de vista político, com Renato Brandão.
Somente por aí, já é o suficiente para estabelecer o conflito entre o discurso e prática, quando mudança não existe nenhuma. Sai a esposa e o filho de Yokanan, entram a esposa e o filho de doutor Valberto. E mais: filho de Hélio Gomes, companheiro de Rafael Sandes, enfim, tá tudo em casa.
É difícil ter esperança, quando antes mesmo de começar já se revela que não há mudança.
Como o futuro prefeito é médico de profissão, lamentavelmente, Propriá será mais um “paciente” que agoniza, e continuará aguardando sua cura.
por Ferreira Filho