HISTÓRIA VIVA: “Seu LULU, Seu Lulu, prá onde vai nessa carreira, quem não chega no domingo, chega na segunda-feira

HISTÓRIA VIVA: "Seu LULU, Seu Lulu, prá onde vai nessa carreira, quem não chega no domingo, chega na segunda-feira

“Tenho um caminhão prá vender, tenho um caminhão pra vender”. ¹

  • Por ClaudOmir Tavares

A História de Seu Lulu confunde-se com a própria História de Pirambu, comunidade que adotou e o adotou na metade do século XX esse maynardense de cuja capa brotaram oito frutos que nos honram pelos seus caráter e índole de valores imensuráveis. A trajetória de José Aloísio Prado em Pirambu é marcada pela chegada de seu “caminhão” Mercedes Benz 1113 (foto meramente ilustrativa) na década de 1960 e com ele sua atividade comercial no ramo de material de construção, sendo ele um de seus pioneiros, inclusive na transformação arquitetônica de “casas de taipas” para alvenaria/blocos armados de cimento. Seu caminhão era o principal meio de transporte de passageiros e feirantes da cidade de Pirambu e dos povoados Aguilhadas, Marimbondo e São José para as feiras livres de Japaratuba (sábaros), Carnópolis (domingos) e Capela (segundas-feiras). Seu Lulu também transportava estudantes de Pirambu para Japaratuba, pois até o ano de 1980 a cidade só ofertava o Ensino Primário (de 1ª a 4ª séries, atual Ensino Fundamental menor, do 1° ao 5° anos).

■ Um caminhão pra vender

Seu Lulu, como é popular e carinhosamente conhecido, seu caminhão são indissociavelmente vinculados a cultura popular; inspiraram pelo menos duas conhecidas canções dos grupos folclóricos Ilariô de Pirambu e Lariô da Tartaruga, fundados respectivamente em 1994 e 1995.

“Seu Lulu, Seu Lulu, prá onde vão nessa carreira, quem não chega no domingo, chega na segunda-feira”.
– Doma Nazilde/Quinho

“Tenho um caminhão prá vender, tenho um caminhão prá vender”. (bis)
– Dona Jaci/Dona Mininita

■ Seu Lulu e o Ciclo Junino

 

Ao lado dos filhos Djenal e Baiano, junto a dezenas de jovens meninas e meninos, Mestre Seu Lulu foi o precursor e marcador no final da década de 1970 e início da seguinte, das animadas quadrilhas junina em Pirambu e como consequência destas, os animados e extrovertidos casamentos de matutos, fazendo às festas dos arraiás as ruas, reunindo multidões na cidade praiana.

■ De olho do futuro

Visionário e pragmático, Seu Lulu criou há 40 anos (1982) o primeiro supermercado em nossa cidade, edificado na Rua João Pereira do Nascimento e dois anos depois fundou a primeira casa de diversões, “A Palhoça”, que reunia a juventude aos finais de semana, com som próprio, às discotecas e bandas como Estação da Luz, Santa Rosa (atual Calcinha Preta) só para citar algumas de maior expressão. Estes espaços hoje foram substituídos por um Centro Comercial e o MM Supermercado respectivamente.

■ Uma história sem fim

A presença de Sr Lulu na vida pirambuense é partilhada em capítulos que se completam, nas perspectivas econômicas e sócio-culturais, que não cabem em um artigo, tamanha a grandeza e representatividade. É fácil falar desde homem de incalculável valor, ainda hoje em plena atividade comercial e inseparável hobby de criador de pássaros, o que faz desde os tempos naynardense. Falar da História de Pirambu a partir da segunda metade do Século XX e não registrar a importância de Seu Lula, para a sua construção, a estará contando de forma incompleta, logo faremos com este texto a nossa singela homenagem e figura de José Aloiso Praro.

Viva Seu Lulu!

Pirambu (SE), 08 de maio de 2022.

  • ClaudOmir Herzof (53) é professor, historiador e disciplode Seu Lulu | Fotos: Álbum de família, arquivo Rádio Trindade ecMercedes Benz

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¹ Com este texto iniciamos a Série “História Viva” da Escola Municipal Mário Trindade Cruz

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