Água de moringa na cabaça,
Abraço com cheiro de fumaça,
Beijo com gosto de doçura igual rapadura.
Esse é o meu sertão…
Não há prazer que não nasça, ao ver a flor brotar do chão duro e rachado, feito grão pisado no pilão, feito a palma que alimenta e a enxada que sustenta.
Esse é o meu sertão…
Que espera a chuva sem lamento, que planta e faz a esperança nascer… Que colhe perdão.
Esse é o meu sertão…
São coisas que nascem com a gente e batem forte no peito, sentindo o cheiro do mato e, aprendendo com os pássaros, espalhando amor e perdão, mesmo que falte a semente, Deus não nos deixa faltar o pão.
Esse é o meu sertão…
No meio da roça sinto-me livre, tal ave que voa sobre o ninho.
Se acheguem comadre e compadre, sentem bem devagarinho, só cantem e chorem a saudade, daquele que sente vontade de voltar para o seu ninho.
Nicy Alves escreve aos domingos na Tribuna da Praia