Nas décadas de 80 e 90 a juventude de Barra dos Coqueiros vivia a efervescência dos novos anos dourados, Na Praça Santa Luzia, precisamente no fundo da igreja, o CINEMA DE MÁRIO era sucesso de bilheteria. O alto falante fixado na parte frontal do mesmo, se encubia de fazer previamente o anúncio de tudo que era exibido nas telonas. E, para mexer o esqueleto nos embalos de sábado a noite ou nos domingos de matiné, destacavam-se os clubes BRASÍLIA construído em 1967 e o clube CANARINHOS um pouco mais jovem. Era uma espécie de duelo entre a juventude do chamado bairro baixo, os play boys do centro da cidade e a galera das adjacências, travando-se uma batalha para quem tinha o maior público, os melhores hits como: ABBA, Fred Mercury, Scorpions, Kid Abelha e os Abóboras Selvagens, Paralamas do sucesso e não podia faltar Paulo Ricardo… é, literalmente, a revolução era por minuto. O globo fazia sua mágica e o suor dava aquele “Q” a mais. Era um frenesi contagiante e não sentíamos as horas passarem. Lá amores vinham e se iam e o bicho comia solto!
Mas, a diversão não parava por aí, tínhamos o point principal localizado no centro da cidade que era o BAR DE SAMPAIO, um lugar onde você tinha um atendimento de excelência, gente bonita, boa bebida e o melhor pão de leite que vinha de Aracaju e transportados em um cesto nas Tototós. Nossa geração jamais esquecerá, este último, degustado com o leite CSL muitas vezes direto do saco. Era um prazer inigualável só quem tomou sabe(rsrsrs).
Para melhorar e atender a todos os públicos, também tínhamos a casa de show SASSARICANDO, esta, animada com um forró raiz e pela seresta fenomenal nas vozes do casal Tião e Sussu. Era arretado de bom, regado a uma boa batida de tamarino e a famosa batida afrodisíaca a qual não me atrevo a publicar, porém quem a tomou saberá exatamente do que estou falando, uma fórmula mágica que nem a ciência explica, entre álcool, suco de morango e leite de coco in natura, ainda tinha as doces laranjas, descascadas cuidadosamente, tudo isso feito pelas mãos primorosas de dona Claudecí que possuía uma banquinha em frente a casa de show.
Pois é, era diversão e arte de sobra para todos os gostos e todas as idades!
Por Nicy Alves