Numa intensa ação de marketing, o Prefeito Edvaldo Nogueira tenta passar a imagem de “tocador de obras”, apresentando como prova o recapeamento asfáltico de algumas avenidas.
Como qualquer ação na mobilidade, beneficia uns e prejudica outros.
As prioridades refletem a alma da gestão. Vamos a um exemplo:
A prefeitura está gastando nove milhões para reformar a Avenida Rio de Janeiro, uma das mais importantes da cidade. A reforma consiste no alargamento da pista de rolamento e na relocação da ciclovia, usando-se uma área de domínio da concessionária da ferrovia.
Teoricamente, os beneficiários dessa reforma serão os que andam de veículos próprios (carros e motos) e o transporte coletivo.
E quem serão os grandes prejudicados com a reforma da Rio de Janeiro?
Isso mesmo, os pedestres!
Uma grande parcela da população se desloca a pé, caminhando. Cerca de 43% dos deslocamentos, as pessoas os fazem andando. Só que essas pessoas são socialmente invisíveis.
E de que forma a reforma da Rio de Janeiro prejudica os pedestres?
1. As calçadas continuam intransitáveis (veja a foto). A prefeitura não considera as calçadas públicas. Uma visão elitista e atrasada.
2. Não foi previsto nenhuma forma de travessia segura para os pedestres. Criou-se uma barreira. O pedestre só atravessa, correndo risco de atropelamento.
3. É inconcebível 7,5 km de avenida sem nenhuma árvore plantada. Do Siqueira Campos ao Santa Maria, árvores só na Avenida Gasoduto, no Orlando Dantas. No mais, um grande vale de asfalto e concreto.
São considerações bem intencionadas, sem politicagem. Se Edvaldo Nogueira repensar e corrigir essa discriminação com os pedestres, receberá os meus aplausos.