- Por Nicy Alves
Após uma intensa noite de comemorações desejando maravilhas pela chegada do Ano Novo, a contemplação real do colorido e da explosão de nostalgia dos fogos de artifício enfim, chega o primeiro dia do ano!
Uma cochilada extra por ter dormido tarde e o brilho do sol a iluminar a sala dizem-me que está na hora de aproveitar a pitada extra de emoções. Almoçamos, e após umas horinhas brincando na rua de queimado, somos guiados pelo grito estridente de mamãe pedindo que fossemos direto para o quintal tomar banho. Entendi imediatamente ao que ela se referia, pois, de longe, ouvi o estouro de um rojão. O sinal de alerta foi dado.
Após vestir a nossa melhor roupa, calço uma linda melissa transparente, sonho de toda menina. Uma boa conferida aos olhos de águia de mamãe e isso valia para as unhas, orelha e cabelo. Saímos em fila em direção até a margem do Rio Sergipe. Ao chegarmos próximos à praça principal, avistamos ao longe a aglomeração no cais. Barcos circulavam de um lado para o outro e um barulho de motores que mais pareciam músicas para os meus ouvidos se dividiam com os fogos de artifício. Papai se afasta um pouco e o vejo conversar com alguns amigos de longa data, afinal de contas, todo bom marinheiro que se preze se conhecem de longe. Logo, ele aproxima-se de mamãe e informa que já tem um barco para seguirmos na diversão. O barco ancora no porto e um ar de vaidade invade-me.
Mamãe orienta para que nos sentamos e, que encontrasse algo para nos segurar. Sentimos o arrancar do motor e lentamente ele vai se afastando do cais. As
marolas causadas pelos outros barcos dão um toque a mais de emoção, respingos da água salgada do rio vem em forma de chuva sobre as nossas faces e um sentimento de felicidade toma conta de mim mais uma vez… Nesse instante, olho para o céu e vejo um azul cintilante, momento que me faz sentir o quanto
O BOM JESUS nos mostra as maravilhas da sua criação e, nos coloca mais perto dele do que possamos imaginar.
- Nicy Alves é escritora, poeta, contista e membro da Academia Barracoqueirense de Letras e Artes