Nasce em Graco Cardoso humilde e pequenino
Sem conhecer obstáculos…Viaja por terras fartas de humildes ribeirinhos
e serve de divisas dos marajás. Ziguezagueia nas terras do yaporá
Seu nome é rio de muitas voltas…!!!
Desenha seu percurso por trilhas tortuosas…magro e fraco.
Só aqui nas nossas terras cria corpo e seus braços se abrem por todo o vale
Do cacique JAPARATUBA: e chora.
Por ter sido antes tão forte e protetor
Alimentava o ano inteiro o seu povo com caras, piabas, traíras e camarões…
Já foi até meio de transporte.
Mas hoje, ao acordar fica triste
Sente dor só de pensar! da poluição que engoliu,
das flores que deixou de alimentar, Dos peixes que vivem no lodo
Das suas águas que correm para o mar.
Eu também me pergunto e fico triste:
Por que o homem desmata e polui esse rio!! Rio fonte de água doce,
que mata a nossa sede..lava as nossas roupas e mata a nossa fome?
Muitos em seus braços esplendidos o conhece por apelidos:
rio do cajueiro, rio da ponte, rio Siriri, Japaratuba mirim…
Humildemente ele corre por trechos:
Sem árvores, sem cor, sem oxigênio o seu corpo abraça o cheiro das poucas flores
Que nascem no seu leito, e se afoga em lágrimas que rolam pelo chão.
Há que tristeza que dá
De vê essa paisagem cinzenta e a estupidez dos homens mudando a sua história.
Meu rio! Nosso rio…Fale ao homem que você tem direito de viver
Do mesmo jeito que ele também tem…
Acorda meu rio…acorda meu rio.
[1] Professora de Geografia, poeta, escritora e membro fundadora da Academia Carmopolitana de Letras, Artes e Ciências (ACLAC). Fotos: Blog Eu sou mais Carmópolis