Crônica: Saudades de Aguada

Crônica: Saudades de Aguada

Eram os ultimos anos da década de 1970. Os tenros anos de minha vida. A alegria de viver.

  • Por ClaudOmir Tavares

Durante os meses de março a junho, de agosto a novembro, as vezes iam de fevereiro a dezembro, dependiam do Calendário Escolar do Grupo Escolar Senador Leandro Maciel, no povoaro Canal de São Sebastião onde nasci em 1968 e morei até 1980. Os meses aí não incluídos? Os melhores, sem desmerecer os demais.

Ficava contando os meses, as semanas, os dias para que viessem às férias, mas não por saturar a escola e sim pelo que viveria neste intervalo.

Enquanto isso degustava as aulas de minhas professoras Ilma Tavares (minha tia materna), Edmê Tavares (minha mãe) e Natália Luiza de Góis, a quem devotamos eterna gratidão pelas lições de vida assimiladas.

Mas nossas férias, invariavelmente eram tiradas inicialmente no povoado Curral do Meio, em Santo Amaro das Brotas e anos depois em Aguada, terra massacará de Carnópilis. Lembro de cada momento ali compartilhado sob a proteção de minha saudosa tia Lurdinha (encantada há 27 anos) e tio Simi e vivenciadas com meus queridos e contemporâneoa primos Sérgio, Mica, Celimho, Salvinho e Paulinho, a quem chamávamos de Papalo

Foi em Aguada que aprendi a andar de bicicleta (uma barra circular azul), a ouvir às palavras de uma missionária, a sentir a purinha batida de meu coração, a subir o morro ao lado da Igreja e descer no terreno de meus tios. Jogar bola (nunca fui habilidoso com a criança), tentar pegar o falso fraco guiné e depois tomar banho na fonte.

Ah, como posso esquecer dos banhos no Rio Siriri (principal afluente direito do Rio Japaratuba) depois de saltar da ponte de madeira. Vocês não imaginam o sabor, pasmem, da vitamina de banana com coca-cola acompanhada com salada de repolha – uma maravilha

Durante a noite íamos do Entruido onde ficava a casa deles até o núcleo central de Aguada, separadas por um varedo, hoje ladeado pir casas.

As imagens permanecem impressas em mim, inclusive dos bailes de janeiro ali no Mercado, próximo da Escola Dom Pedro I. Ainda não existiam o Clube Social, mas comprávamos “sergipana” na Casa Boa Esperança e refrigerante no armazém de Idelfonso.

Quando minha tia se encantou há 27 anos um pouco de Aguada partir em mim, sendo áridas e raras as idas a comunidade que nunca saiu do meu coração

Aguada, 11 de dezembro de 2022.

  • Claudomir Tavares é membro da ACLAC – Cadeira n° 23 (Maria de Lourdes Pereira Santana).

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