- Por ClaudOmir Herzog [1]
A luta dos povos ribeirinhos em defesa do “rio de muitas voltas” data-se do ano 1987, quando o jornal “O Atlântico” (segunda fase da Tribuna da Praia) denunciava pela primeira vez o barramento do Rio das Pedras, leito natural do Rio Japaratuba até a abertura do canal artificial na segunda metade do século XIX. A luta ganhou amplitude na década de 1990 quando um grupo de professores levou o debate para às salas de aula da Escola Estadual José Amaral Lemos,,, em Pirambu, inclusive com a realização de expedições, excursões e ações ambientais.
A partir de 1998, com a fundação da Sociedade Socioambiental do Rio Japaratuba, a defesa se estende por toda a bacia com uma escala mais incisiva na porção Baixo Japaratuba com o estudo e difusão da produção científica de graduação e pós-graduaçao (palestras, exposições e visitas técnicas).
Este espólio, catapultado pelo surgimento da Política Nacional (Lei 9.433/97) e Estadual de Recursos Hídricos de 1997, a qual legitimou as lutas nesse processo democrático, que em 2005, culminou com as etapas de criação do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba.
Aliada a outras forças sociais, a SOS Rio Japaratuba foi uma das signatárias do processo que resultou na construção do Fórum do Poder Popular em 2003 que passou a integrar a Frente Parlamentar Ambientalista e Frente Ambientalista de Sergipe.
Consultados pelo mandato da deputada estadual Ana Lúcia, estes atores sociais indicaram a data de criação de direito do CBHJ como ponto pacificador para celebração anual em 30 de agosto do Dia Estadual do Rio Japaratuba, instituído através da lei n° Lei 8.103/2016, de autoria da deputada.
Após uma ampla etapa de amadurecimento, a fusão da Associação Vale do Japaratuba e a SOS Rio Japaratuba, nasceu o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Socioambiental (IDESA-Brasil), sediado no povoado São José da Caatinga, em Japaratuba (SE) com atuação em todo território nacional, encampando como uma de suas bandeiras a defesa do Rio Japaratuba, mais importante patrimônio natural de 18 municípios sergipanos.
Importante que esta data seja de reflexão e ação, em defesa das nossas águas!
- [1] Texto publicado originalmente em 2016 no jornal Tribuna da Praia a pedido do mandato da então deputada estadual Ana Lúcia Vieora Menezes
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