Artigo: Lagoa Redonda, paraíso das águas em Sergipe – lendas, história e santuário ambiental

Artigo: Lagoa Redonda, paraíso das águas em Sergipe - lendas, história e santuário ambiental
  • por ClaudOmir Herzog
  • foto: Internet
  • música: Lula Teles

A História de Lagoa Redonda é uma temática que precisa ser escrita, estudada para que conhecendo-a possamos valorizar de forma crescente e transmitir para às atuais e futuras gerações. Mas jamais se resumirá a uma matéria pronta e acabada, ela será construída no cotidiano das pessoas que a vivem e viveram, sendo seus protagonistas, testemunhos de nossa memória. Está distante 14 km da sede do município de Pirambu, na divisa com o município de Pacatuba, litoral Norte de Sergipe, consoante limites estabelecidos e firmados na lei estadual n° 1234 de 26 de novembro de 1963, que instituiu o município de Pirambu.

“Art. 2° Os limites do município ora criado será os seguintes: começa na foz do Rio Japaratuba, na Costa Atlântica, daí subindo o curso do mesmo rio, até um ponto situado à margem direita de quem sobe o rio, daí partirá uma linha reta que passará entre os povoados Marimbpndo e São José da Caatinga até a confluência do Rio Papagaio com o Rio Poxim, daí virando em direção Leste, até o Oceano Atlântico, seguindo os antigos limites do município de Japaratuba” (1)_

O povoado Lagoa Redonda é considerado um paraíso das águas em Sertipe, pela exuberância e presença de rio, lagoas (de lendas, histórias e “anedotas”) e cachoeira, constituindo-se em um ecossistema que inclui ainds dunas, trilhas e uma gente apegada às suas raízes, cuja origem remonta a primeira metade do século XX.

Até a década de 1970, era uma comunidade com características semelhantes a tantas outras do litoral sergipano, com casas de taipa e cobertas com palhas de coqueiro, vivendo seus moradores basicamente da agricultura e outros da pesca, em torno da religiosidade popular do seu padroeiro, Santo Antônio. Foi na década seguinte (anos 1990) que passou a condição de um destino turístico, inicialmente de Pirambu e cidades do Vale do Japaratuba e nos anos de 1990 passou a integrar o roteiro de Sergipe, o que gerou um místico de entusiasmo e preocupação com a preservação de ambientalistas com aquele santuário ecológico.

■ Presença humana

Há no território de Lagoa Redonda e comunidades vizinhas 21 sítios identificados quando do processo de salvamento arqueológicoc concomitante a construção da rodovia que liga Aguilhadas (em Pirambu) ao Atalho (em Pacatuba) (2) onde foram encontrados vestígios da presença humana desde o século XIX, indicando assim a provável datação de sua ocupação. Em seu conjunto e potencial hídrico, às lagoas do Sangradouro e Redonda, a Cachoeira do Roncador; a partir das quais em direção ao Oceano Atlântico, formam as “barretas”, às Bacia Hidrográfica Costeira 1. Com toda sua faixa litorânea integrada a Reserva Biológica de Santa Isabel, Unidade de Conservação gerenciada pelo Instituto Chico Mendes da Bipdiversidade (ICMbio), instituido pela Lei Fedetal n° 9.985 de 18 de julho de 2000, existem em Lagoa Redonda muitos “gargslos” que precisam ser estancados, como a retirada de água de lagoas e riacho, conforme identificou o Conselho Gestor da Rebio em reunião realizada com a comunidade há quatro anos. (3)

Ponto de passagem e de parada obrigatória de quem se desloca de Pirambu até Pacatuha pela Rodovia SE 100 Norte, o povoado Lagoa Redonda está bem servido de pousadas, restaurantes e um comércio onde encontra de quase tudo, mas é preciso de uma atenção especial do poder público a altura das necessidades de seus habitantes e de quem o visita.

Para finalizar esta postagem, não poderíamos deixar de fazer o registro da existência na comunidade da Escola Municipal Ester Ribeiro Dantas, instalada com 9 nome de 8 de agosto na gestão do prefeito Daniel Luiz (1977/1983) e sua saudosa professora Jandira Lima, aliás, esta que deveria ser homenageada com o nome naquela instituição de ensino, cuja história é orgulho da comunidade.

  • ClaudOmir Herzog (53) é Licenciado em História, Especialista em Gestão de Recursos Hídricos (UFS) e professor da redes públicas municipal e estadual em Pirambu.

Notas:

(1) ALESE, lei 1234/1963.
(2) Salvamento Arqueológico, ICMBio
(3) Conselho Gestor da Rebio Sta Isabel.

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