Crônica: O CANAL DE BASTIÃO⅕

Crônica: O CANAL DE BASTIÃO⅕
  • por Nicy Alves

Ora, para quem direis o quão é belo teu olhar espelhado, se tua lembrança é de ofuscar o mais criterioso condor?

Bastião, tua majestade acalenta o forte temporal, as doces águas ribeirinhas que descem em comunhão no imponente balseiro, trafegando sem licença com todo teu vigor.

Debaixo do sol ou sob o brilho das estrelas, Bastião é puro de amor, seja com a imponência da enchente ou a delicadeza da vazante, ele segue deslumbrante espalhando em cada canto, todo o teu encanto em flor.

Em teu Canal trafega o velho barco e seu comandante, na busca do seu sustento, sem derramar nenhum lamento, somente os pássaros cantam sua dor.

Bastião, teu verde embeleza suas margens como uma aquarela numa tela a desenhar teu fino traço.

Teus crustáceos são testemunhas de todos os amores que partilharam suas dores, pisando em tua negra lama… Pegadas, memórias vividas, retrato de uma história que teu povo se encanta, do pôr do sol ao entardecer.

  • Nicy Alves é cronista, membro da Academia Barracoqueirense de Letras e Artes. Escreve aos domingos na Tribuna da Praia

Nota:

O Canal de São Sebastião é um pequeno povoado no munícípio de Barra dos Coqueiros, estado de Sergipe. O projeto de levar a produção pelo Rio Japaratuba, e o Rio Pomonga construído na metade do século XIX pelo Império do Brasil e que esteve navegando em suas águas, o Imperador Dom Pedro II. Em suas águas, muitas histórias de amor surgiram e, muitas famílias buscam seu sustento até os dias de hoje.

Mais informações: http://claudomirtavares.blogspot.com/2010/01/lembrancas-do-canal-i.html?m=1

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