Crônica: Tempestade

Crônica: Tempestade
  • por Nicy Alves

Sopra o vento…
Os coqueirais mostram um balet sinuoso. Torres imponentes captam a sinergia do frondoso e promissor JATOBÁ.
Um canto ecoa. Janelas soltas acompanham no abre e fecha a sinfonia em batidas frenéticas.
A poeira sobe na estrada árida de argila batida…Folhas de cajueiro caem e voam sobre os OLHOS D’ÁGUA.
As mulheres correm para recolher as roupas secas que dançam no varal…Tudo se completa e as cortinas se abrem.
A chuva cai e gotas descem das palhas dos coqueirais como em corredeiras.
As crianças olham o céu e correm para receber a tempestade. Como um ritual fazem a dança da chuva em poças de lama que se formam no PONTAL DA BARRA.
Na bica, o purrão e sobre ele um pano de saco amarrado em sua boca, extremamente branco.
A fina areia das terras de CAPOÃ destacam as mangabas, que reluzem como ouro sobre a terra molhada.
As fortes ondas explodem sobre o quebra-mar da bela e frondosa ATALAIA NOVA.
E o céu cinzento esconde tudo que há entre o rio e o mar, segredos sagrados que descem em corredeira abaixo até o CANAL DE SÃO SEBASTIÃO.
O mangue açoita suas galhas e revela o que está por vir aos caranguejos, aratus e siris que curiosos, espreitavam à beira do riacho forte e imponente como um TOURO…E anunciam:
A tempestade chegou!

  • Nicy Alves escreve aos domingos na Tribuna da Praia

3 Comentários


  1. Belíssima texto!! 👏🏾👏🏾👏🏾👏🏾

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