NOTA POLÍTICA DO PCB-SE A RESPEITO DE FAKE NEWS ESPALHADA POR UM CANDIDATO À PREFEITURA DE ARACAJU SOBRE A HISTÓRIA DO PCB Em virtude da crise

NOTA POLÍTICA DO PCB-SE A RESPEITO DE FAKE NEWS ESPALHADA POR UM CANDIDATO À PREFEITURA DE ARACAJU SOBRE A HISTÓRIA DO PCB  Em virtude da crise

Em virtude da crisesanitária desencadeada pelo Covid-19, as campanhas para as eleições de 2020 estão sendo amplificadas e massificadas pelas redes sociais. Como não poderia ser diferente, a direita tem se utilizado de mentiras e distorções para tentar deslegitimar seus adversários e inimigos políticos.

A esse respeito, vem circulando nas redes sociais de um candidato ao cargo de prefeito da Cidade de Aracaju, um vídeo incoerente, com uma clara estética e posicionamento bolsonarista, onde é apresentada, de forma sensacionalista, uma divergência moral entre o candidato e sua opositora: uma mulher com um projeto político de direita, candidata pelo Partido Cidadania, antigo PPS. Vale lembrar que até dezembro do ano passado, a hoje candidata à Prefeitura de Aracaju, ainda fazia parte do quadro de funcionários do Ministério da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro, e deixou o cargo justamente para se filiar ao Cidadania e disputar o pleito eleitoral na capital sergipana.
A intenção do mesmo é demonstrar a diferença entre alguns (segundo ele) “posicionamentos de esquerda”,— do qual ele dá a entender que era adepto— e a sua nova filiação política que está alinhada ao que há de pior: o conservadorismo neopentecostal. Assim, ao atacar a candidata para atingir seus propósitos eleitorais, a segunda colocada nas pesquisas de intenções de votos dos aracajuanos foi apresentada como uma candidata de esquerda e, pasmem, comunista! Para “confirmar” isso, é posto em rodapé a equivalência entre o PCB, o PPS e o Cidadania.
Sobre isso, cabem algumas considerações históricas para pôr o difundidor de Fake News em seu devido lugar e restabelecer a verdade dos fatos.

Na década de 60, o Partido Comunista Brasileiro fora duramente golpeado, tendo seus militantes presos, torturados, desaparecidos, assassinados e exilados; o PCB ficou por 20 anos na clandestinidade e teve uma boa parte dos seus grandes quadros e dirigentes ceifados pela sanguinária ditadura militar. Nos anos 70 e 80, em decorrência dessas baixas no nosso partido, muitas delas dentro do Comitê Central, abriu-se margem para desvios reformistas e para a liquidação dos ideais do partido se valendo da crise do Movimento Comunista Internacional que viria resultar na dissolução da União Soviética. Assim, no início dos anos 90, ocorreu o X Congresso do Partido Comunista Brasileiro, onde nossos camaradas conseguiram estabelecer de forma convicta— com intervenções históricas, como foi a de Ivan Pinheiro, Horácio Macedo e muitos outros camaradas valorosos— suas posições contrárias à narrativa liquidacionista e de capitulação do projeto revisionista do grupo liderado por Roberto Freire, que resultara na fundação do PPS.

Portanto, viemos a público expressar o nosso mais sincero repúdio e demonstrar com clareza que, nós do PCB–Sergipe, não aceitaremos o desrespeito com nossa história quase centenária, de uma organização política de massas, um Partido verdadeiramente representante da classe trabalhadora. Fazemos também uma verdadeira declaração de princípios, encabeçando uma luta sem tréguas de combate ao oportunismo, diferenciando-nos dos porta-vozes da política institucional burguesa.

É impossível reconstituir a história da luta de classes no Brasil sem mencionar o prestigioso destaque do PCB. Operador político histórico da classe trabalhadora, nosso partido sempre cumpriu com os desígnios da Revolução Brasileira, estivemos e permaneceremos sempre ao lado dos trabalhadores e das trabalhadoras, rejeitando com firmeza e altivez a política de conciliação, pois compreendemos que a “arte do possível” sempre foi um expediente das agremiações políticas que abandonaram a meta revolucionária e que, ao sabor da experiência histórica, essa “tática” mostra seus limites e contradições e, no frigir dos ovos, a classe operária e o campesinato sempre arcam com os ônus das crises inevitáveis e brutais da sociedade capitalista. Nossos sonhos de uma nova sociedade não cabem na politica representativa burguesa, porém, estamos presentes nesse processo com candidaturas por todo Brasil porque entendemos que é um momento de ampliarmos nosso alcance e mostrar aos trabalhadores e as trabalhadoras que existe e é possível um outro programa político que seja realmente representante dos interesses do povo. Além de deixar claro que são justamente esses tipos de oportunistas e aproveitadores que nós combatemos.

Mantemos viva a perspectiva revolucionária que moveu esse partido em toda a sua história!

Longa Vida ao Partidão!

Fomos, somos e seremos comunistas!

Aracaju (SE), 14 de Novembro de 2020

Comitê Regional do Partido Comunista Brasileiro – PCB/Sergipe

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