DA ILHA AO PONTAL A trajetória e os 35 anos da vila que se transformou em povoado

DA ILHA AO PONTAL A trajetória e os 35 anos da vila que se transformou em povoado

Localizada às margens do Rio Japaratuba, distante 27 km de Barra dos Coqueiros, mas umbilicalmente ligada a cidade de Pirambu por razôes econômicas ou elementos sociais, a vila de pescadores que ficou conhecida pela alcunha de “Ilha do Rato” teve seu povoamento iniciado nos primeiros anos da década de 1980 (entre 1983 e 1984), através dos desbravadores Mário de Ramos e mais tarde Mané Piroca, Papero, Marculino, Wilsom Galo, seguidos por Severino Lima e família, entre outros oriundos de cidades alagoanas, cearenses etc., além dos sergipanos de Pirambu que sem tetos na cidade, se deslocavam para a nova “Terra Prometida” que tinha ao fundo o manguezal onde possuia um viveiro o canoeiro/camponês-pescador José Lauro Ferreira, o Ze Ilaro ou Ze de Titia e mas adiante, o sítio que pertenceu a João Oliveira.

Deslocados para uma faixa de terra que pertenceu ao sitiante Valdemir do Marimbondo, para se proteger dos alagamentos provocados pelas altas marés e da dinâmica da foz, a comunidade passou a ser denominada Pontal da Ilha de Santa Luzia, ao tempo em que suas lideranças intensificaram a luta pelo reconhecimento e certificação como remanescente quilombola. A luz da Histôria de Barra dos Coqueiros, da qual sou testemunho ocular, a comunidade não se sustenta como sendo quilombola, ainda que em razão da nossa ancestralidade; somos filhos de África e ou dos indios tupinambás, os primeiros habitantes do litoral sergipano, dos quais descendem os filhos do povoado Porto Grande, também em Barra dos Coqueiros, de onde saìram a gente que povou Pirambu, quando este ainda pertencia administrativamente ao município de Capela (até 1934).

Contemplada com 150 casas populares, que substituíram há pouco mais de dois anos os antigos barracos ali asentados, a comunidade está servida de abastecimento de água e energia elétrica, mas ainda falta um posto de saüde, uma escola e creche, além de áreas de lazer, fazendo uso desses serviços na cidade de Pirambu, ou mais distante na sede do município de Barra dos Coqueiros.

por ClaudOmir Herzog Tavares, membro da SCAP, do GEPEPP e do CEMSRX

Preferências:

SILVA, Claudomir Tacares. Memórias do Porto Grande. Pirambu: Tribuna da Praua; 2011.

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